Como seria bom se soubéssemos resolver nossos problemas como gente grande. Quando éramos crianças resolvíamos nossas desavenças à base do grito, do puxão de orelha, da mordida, da tapa e das mais variadas formas possíveis. Crescemos um pouco e descobrimos que não é tão legal que isso aconteça. O processo educativo-familiar contemporâneo parece que perdeu as veredas. Encontramos em nosso cotidiano nada além de papéis trocados, pessoas que não ouvem, não obedecem mais. É uma verdadeira confusão! Quando as pessoas deveriam recorrer aos valores intrínsecos nelas mesmas para criar os filhos, têm realmente que optar por ajuda alheia. O que dói é ver que isso é simplesmente porque elas mesmas não souberam viver a sua fase de filhos - não que ninguém nasce sabendo dessas coisas, mas é processo onde cada um que se abre pode viver – e tem que chamar a “Super Nanny” para resolver questões simples da vida familiar. Concordo que tem que haver ajuda em alguns casos, mas em geral, é preciso apenas uma clareza de papéis: os pais são pais e os filhos são filhos. Na minha época e não faz tanto tempo: ouvíamos muitas vezes os gritos dos nossos pais dizendo que não devíamos gritar. Aprendemos debaixo de tapa que não deveríamos brigar na rua ou escola. Tendo as orelhas puxadas nos ensinaram a não beliscar os outros e nem mexer no alheio. Tem casos – raros, mas tem - até de mordidas na psicologia de ensino do lar. Ô povo bravo! Viva a modernidade! Viva a liberdade! Viva a independência! Ah, quase que esqueço - Não sou exatamente desse tempo - mas lembra da famosa palmatoria? Tem muita coisa que meu pai contava sobre isso. Esses dias o avô da minha namorada contou de forma hilária suas aventuras na escola, acompanhado da “bendita” amiga. Ele disse: ”me lembro até hoje”. Também, você deve concordar comigo que cabe aqui o ditado popular: “Quem dá esquece, mas quem apanha...”! Com tudo, não estou reclamando ou ainda criticando cada uma dessas formas de educar. Se é que podemos dizer assim. Claro que nada disso é necessário, mas “sabendo fazer uso”. Não sei se alguém consegue. Mas... Em todo Caso... Hehehehehe
Queria antes, em meio ao saudosismo que me chega agora, lembrar os bons momentos onde a palavra, o diálogo, a conversa olhando nos olhos, fizeram muitos milagres. Não são poucas as histórias contadas de diálogos restauradores. Por meio das palavras se pedia e se dava o perdão, magoas eram expostas e curadas, dúvidas eram esclarecidas, diferenças aceitas, “ruindades” diminuídas... Tanto que não víamos a quantidade crueldade espalhada pelo mundo afora. Existia mas em proporções menores. Havia violência, sim havia, mas nada comparado.
Diante de um arsenal de armas utilizadas para dizimar tamanha barbárie. Vemos maquinas cada vez mais avançadas: as automáticas, as de grande porte, as portáteis, as nucleares, as químicas... São tantas que nem sei dizer.
Em meio a isso nos emerge a pergunta: Que armas usar para combater, para nos defender, nos proteger e proteger os que amamos? Será que sabemos? Realmente tem resolvido fazer uso de violência para contê-la. Jean-Paul Sartre dizia: “A violência, seja qual for à maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota”. Apesar de muitas vezes pelo desejo de justiça nos perdemos num verdadeiro sentimento de vingança. Quanto a isso tenho outra frase que ajuda a refletir: “A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano”. Quem disse isso foi João Paulo II.
Ah! Que saudades do tempo em que num precisava essa burocracia. A palavra da pessoa era a sua assinatura. Já ouviu falar nesse tempo? A palavra das pessoas era revestida de verdade, compromisso e valor. Tanto que bastava dizer e ponto. Nos tempos atuais, temos que assinar tudo que for possível para nos comprometer para cumprirmos a mais simples promessa. Tem que ter: “documento com foto”, “testemunha”, “carimbo”, “autenticação”, firma reconhecida... Sem contar o reconhecimento biométrico, método utilizado em alguns lugares. Isso porque não verdade nas intenções. Pensamentos disfarçados, sentimentos ocultos. Máscaras e mais máscaras.
Precisamos aprender do próprio Deus que tem em Sua Palavra sua atitude. Para Deus falar e fazer são a mesma coisa. Tanto que a palavra FALAR vem do Hebraico DABAR, que quer dizer fazer.
Talvez seja isso que falte tornar usar essa arma que forma e transforma. Desde que venha recoberta de verdade e amor. Sem isso, liberdade, independência, paz e tudo mais se tornam apenas uma utopia. Diga você se não faz falta a palavra amiga da paciência, da compreensão, do incentivo, da fé em Deus e em nós?
Mas foi só um desabafo, de alguém que acredita que o mundo será melhor quando aprendermos a acompanhar o crescimento, a evolução das ciências, o desenvolvimento da criação, respeitando o direito que os outros têm de ocupar o lugar que lhes é devido, fazendo-se irmão de todos.
Cabe a nós tornarmos isso possível! Conte comigo!
Muito bom.
ResponderExcluirContinue assim, e renderá frutos !